A saber, imaginologia médica nada mais é que o encontro entre o conhecimento e a prática clínica de anatomia humana. Ela contém diversos métodos não invasivos de visualização das estruturas corporais internas.
Usa-se a radiografia (Raio-X), a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM). O raio-X e a TC fazem o uso da radiação ionizante, enquanto que a RM usa um campo magnético para detectar os prótons do corpo.
Assim, dentre todos os métodos, a ressonância magnética é a mais segura. No entanto, todas as técnicas em imaginologia tem benefícios e o método ideal depende de qual estrutura é examinada.
Métodos comuns de Imaginologia Radiológica
Raio-X (Radiografia)
É o exame mais tradicional e comum, que utiliza a radiação ionizante. Funciona assim: as ondas eletromagnéticas atravessam o corpo do paciente, onde alguns raios são absorvidos pelos tecidos, enquanto outros não.
Os que não são absorvidos pelos tecidos, alcançam o filme que está atrás do corpo, criando uma imagem plana (ou bidimensional), conhecida como radiografia.
Os tecidos mais densos (ossos, por exemplo) absorvem grande parte dos raios e aparecem nas imagens como cor branca. Já o ar não bloqueia nenhum raio e por isso nas imagens aparece como cor preta. Os outros tecidos se encontram nas escalas de cinza.
Dessa forma, a linguagem básica usada para traduzir essas regras são:
Densidade (ou opacidade) referente às áreas brancas da imagem.
Ex: Osso úmero.
Lucência referente às áreas pretas da imagem.
Ex: Ar nos pulmões.
A radiografia pode identificar fraturas, infecções, artrites, problemas de articulação, osteoporose e câncer nos ossos. Além disso, é possível diagnosticar patologias cardíacas, pulmonares, neoplasias, bloqueios nos vasos sanguíneos e objetos ingeridos ou penetrados por acidente.
Veja mais:
5 Densidades Radiológicas e Rotina Médica
Tomografia Computadorizada (TC)
A diferença entre a radiografia e a tomografia computadorizada está nas imagens. Dessa forma, a TC utiliza uma máquina mais avançada, logo as imagens são em 3D permitindo uma visualização e manipulação melhor das imagens para o diagnóstico.
Funciona assim: a máquina gira em torno de uma pessoa inerte, criando múltiplas imagens de cortes transversais que posteriormente são transformadas em imagens em 3D.
A TC também utiliza radiação ionizante e as imagens dependem da densidade dos tecidos. No entanto, a densidade é expressa em unidades de Hounsfield (HU), onde:
Ossos (branco): +1000;
Partes moles (cinza): 0;
Ar (preto): -1000.
Caso a densidade esteja alterada, usa-se a terminologia da TC: hiperdenso, hipodenso e isodenso, quando comparados a outras estruturas.
Usa-se para identificar lesões, fraturas complexas, infecções, hemorragias, edemas e tumores. Além disso, existem diversas técnicas de TC, como:
- Tomografia Computadorizada de Fatia Única (single slice)
- TC Helicoidal (espiral)
- TC de Múltiplas Fatias (multi slice)
As técnicas oferecem alterações nas espessuras dos cortes e dosagens de radiação usadas para criar a imagem. As máquinas também podem alterar de “janela óssea” para “janela de tecidos moles”, dependendo de qual estrutura será observada.
A duração é de 15 a 30 minutos e certos exames necessitam da aplicação de contraste para ajudar na visualização de determinadas estruturas.
Na orientação das imagens de TC, pode ser utilizada a abreviação DAEP para as posições de 9, 12, 3 e 6 horas de um relógio.
- 9 – direita
- 12 – anterior
- 3 – esquerda
- 6 – posterior
Funciona assim: imagine que você está olhando o corte da TC de baixo para cima, enquanto você e o paciente olham para direções opostas. Pode- se aplicar então a DAEP.
Ressonância Magnética (RM)
Vamos frisar algumas coisas sobre a imaginologia RM: é considerado o exame mais completo, não emite radiação ionizante e sua duração é de 30 a 60 minutos. Além da anatomia, a ressonância magnética pode mostrar alguns processos fisiológicos do corpo (RM funcional).
A RM excita prótons (íons hidrogênio) usando campos magnéticos e pulsos de radiofrequência. Desta forma, os íons excitados emitem sinais captados pelo scanner da RM.
Densidade e Intensidade
Com base na intensidade do sinal, cria-se uma imagem em escala de cinza. Assim, a densidade dos prótons nos tecidos refere-se à magnitude do sinal. Ou seja, se a densidade aumenta o sinal também é aumentado.
Em TC chamamos de densidade, já em RM chamamos de intensidade. Ou seja:
Grande intensidade de sinal: branco;
Moderada intensidade de sinal: cinza;
Baixa intensidade de sinal: preto.
Caso alguma estrutura seja mais clara, usamos a terminologia hiperintensa. Caso for mais escura, chama-se hipointensa.
Por fim, os métodos básicos aplicados em RM são:
T1 – imagens pesadas em T1 mostram melhor estruturas compostas por gordura, onde a gordura é clara/branca.
T2 – imagens pesadas em T2 mostram tanto estruturas feitas de água quanto estruturas feitas de gordura, onde a gordura e os fluidos são claros.
PD (densidade de prótons) – para o exame de músculos e ossos.
FLAIR (inversão recuperação) – inversão recuperação com atenuação líquida mostra melhor o cérebro. Utiliza-se para identificar doenças do sistema nervoso central, tais como insultos cerebrovasculares, esclerose múltipla e meningite.
DWI (difusão) – imagens pesadas em difusão detectam a distribuição de fluidos (extra e intracelular) dentro dos tecidos. Muitas vezes o balanço entre os fluidos compartimentais fica alterado em algumas condições como infarto ou tumores. Assim, a DWI é utilizada para o estudo estrutural e funcional dos tecidos moles.
Flow Sensitive (sequências sensíveis ao fluxo) – examina o fluxo dos fluidos corporais, não fazendo uso do contraste. Serve para indicar se está tudo bem com o fluxo do líquido cerebroespinhal e com o fluxo sanguíneo nos vasos.
Usa-se a ressonância magnética essencialmente no estudo dos sistemas musculoesquelético, gastrointestinal, cardiovascular e neuroimagem.
Ecografia / Ultrassonografia
A ecografia é o principal procedimento do pré-natal, mas serve para identificar problemas no sistema reprodutor feminino. Além disso, é capaz de detectar infecções como apendicite, problemas da tireóide, fígado, vasos sanguíneos e pedra na vesícula ou rins.
Funciona assim: através da pele, ondas sonoras de alta frequência são lançadas por um transdutor. Assim, o eco do som no contorno das estruturas internas do corpo volta ao transdutor, traduzindo em uma imagem pixelada no monitor conectado.
Assim, a densidade dos tecidos define a quantidade de som que eles vão ressonar de volta ou que irá passar através deles.
O ultrassom funciona em tempo real e por isso é preferível para o acesso imediato de certas estruturas. Por fim, as terminologias usadas em ecografia são:
Tecidos muito sólidos (ossos): hiperecóicos, mostrados em branco.
Tecidos moles: hipoecóicos, mostrados em cinza.
Fluidos: anecóicos, mostrados em preto.
Imagens da Medicina Nuclear
As imagens geradas na medicina nuclear vão além de mostrar apenas as estruturas, mostrando também as funções. Logo depois, cria-se imagens da passagem, acúmulo e excreção de um radiofármaco intravenoso.
Assim, obtém-se informações sobre os órgãos em questão. Um método muito usado na medicina nuclear é a tomografia de emissão de pósitrons (PET scan).
Usa-se o PET em qualquer exame funcional do sistema corporal (esquelético, cardiovascular, nervoso ou endócrino). Logo, os exames mais comuns são:
PET do cérebro – avalia a atividade cerebral usando análogo de glicose. O análogo de glicose distribui-se por todo o cérebro através da administração de ¹⁸FDG (fluordesoxiglicose radioativo), possibilitando detectar zonas de hipo ou hiperatividade do córtex cerebral. Ou seja, pode diagnosticar doenças como Alzheimer, demência, epilepsia e doença de Parkinson.
Perfusão miocárdica: detecta infarto miocárdico ou doença isquêmica coronariana através da administração de ⁸²Rb (rubídio radioativo).
Contrastes Radiológicos na Imaginologia
Os contrastes na imaginologia são fundamentais para qualquer exame radiológico. Então, basicamente são substâncias que interagem absorvendo radiação (Raios-x, TC), podem se magnetizar (RM) ou até mesmo alterar a amplitude dos ultrassons (ultrassonografia/ecografia).
Em suma, essas substâncias são comumente compostas de iodo, bário e gadolíneo, podendo ser deglutidas, injetadas em um vaso sanguíneo ou usadas como enema.
Conclusões Finais
É indispensável que o profissional tenha conhecimento sobre todas as técnicas e métodos usados na imaginologia radiológica, para assim dar um bom diagnóstico. Por isso, graças à tecnologia, hoje podemos descobrir muitas doenças de forma rápida e assertiva, além de que tudo isso pode ser feito por meios não-invasivos.
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